Por Marcia Dias Barbosa Paduan CRP6/183639
21 de Fev de 2025
Como o uso das redes sociais afeta nossas emoções e comportamento.
As redes sociais desempenham um papel proeminente em nossas vidas, transcendendo a mera comunicação e solidificando-se como influenciadoras cruciais do nosso bem-estar emocional e psicológico. Do ponto de vista neurocientífico, essas plataformas interagem diretamente com os circuitos de recompensa do cérebro. A liberação de dopamina, uma substância química responsável pela sensação de prazer, ocorre cada vez que recebemos uma nova curtida, comentário ou notificação. Essa recompensa instantânea pode criar um ciclo de dependência, semelhante ao observado em outros tipos de comportamentos viciantes.
Além disso, a constante busca por validação social ao interagir nas redes pode intensificar a comparação social, levando a um aumento dos níveis de ansiedade e depressão. Estudos neurocientíficos indicam que comparações constantes e o consumo passivo de conteúdo podem impactar negativamente nossas redes neurais, especialmente aquelas associadas ao processamento emocional.
Estratégias para um uso mais saudável da tecnologia
Para navegar pelas redes sociais de maneira mais saudável, é crucial adotar estratégias embasadas na neurociência e práticas cotidianas que promovam o bem-estar mental.
Neuroplasticidade intencional: Reserve momentos específicos para práticas que estimulem a neuroplasticidade, como a meditação e a atenção plena (mindfulness). Esses exercícios ajudam a reconfigurar padrões de pensamento e reduzir a dependência química por recompensas instantâneas.
Técnica do Pomodoro: Utilize blocos de tempo dedicados ao uso das redes sociais. Por exemplo, programe um temporizador de 25 minutos de interação digital, seguido por uma pausa de 5 minutos longe das telas. Essa abordagem promove a disciplina e encoraja o uso consciente.
Diário de gratidão e realidade: Registre diariamente três coisas pelas quais você é grato e realistas comparações pessoais, ajudando a retificar percepções distorcidas causadas pela exposição seletiva nas redes.
Discussão sobre a comparação social e autoestima
Do ponto de vista neurocientífico, as redes sociais exacerbam a tendência inata dos seres humanos à comparação social, atuando diretamente no cerebelo e córtex pré-frontal, áreas responsáveis pela autoavaliação e processamento emocional.
Essas atividades repetidas influenciam o senso de autoestima, com impactos negativos a longo prazo nas vias neurais associadas à apreciação de si mesmo. Para combater isso, é importante reforçar práticas de autocuidado e reforçar nossas próprias realizações e avanços pessoais.
Exercícios Práticos:
Mindfulness Digital: Ao usar redes sociais, faça pausas regulares para respirar profundamente e observar os pensamentos sem julgamento.
Desconexão Programada: Agende pelo menos uma hora por dia longe de dispositivos eletrônicos para reconectar-se com o mundo físico.
Engajamento Consciente: Comente e interaja somente em postagens que realmente inspiram ou trazem alegria, promovendo positividade em sua rede.
Indicação de Imagem: Um gráfico ilustrativo de circuitos cerebrais ativados durante o uso de tecnologias, acompanhado de uma visualização de técnicas de mindfulness, e desconexão em ambientes naturais.
Palavras-chave: redes sociais, neurociência, dopamina, comportamento, saúde mental, estratégias saudáveis, neuroplasticidade, bem-estar digital, comparação social, autoestima, redes neurais
Referências Bibliográficas
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